Com novas tarifas de até 54% impostas por Trump sobre produtos chineses, Apple avalia estratégia de curto prazo: redirecionar produção da Índia para o mercado dos EUA e evitar reestruturar sua cadeia de suprimentos baseada na China.
Com novas tarifas de até 54% impostas por Trump sobre produtos chineses, Apple avalia estratégia de curto prazo: redirecionar produção da Índia para o mercado dos EUA e evitar reestruturar sua cadeia de suprimentos baseada na China.
A Apple estuda aumentar significativamente as importações de iPhones fabricados na Índia como forma de driblar as tarifas de 54% impostas pelos Estados Unidos a produtos vindos da China. A medida, considerada temporária, visa mitigar o impacto econômico enquanto a empresa negocia possíveis isenções com o governo Trump, segundo fontes ouvidas pelo Wall Street Journal.
O plano surge após o anúncio de uma nova rodada de tarifas comerciais por parte do ex-presidente Donald Trump, que classificou a medida como parte do seu “Dia da Libertação” econômica. Para a Apple, a diferença é significativa: enquanto os produtos chineses enfrentam tarifas de até 54%, os produtos indianos devem ser taxados em 26%, de acordo com a proposta atual.
Se mantido o cenário, um iPhone 16 Pro, que hoje custa aproximadamente US$ 550 para importar, sofreria um acréscimo de até US$ 300 ao vir da China — um impacto que poderia afetar tanto margens quanto preços finais para o consumidor americano.
Segundo o analista Wamsi Mohan, do Bank of America, a Apple está em vias de produzir 25 milhões de iPhones na Índia em 2025, sendo 10 milhões destinados ao mercado local e 15 milhões com potencial de exportação. Caso redirecione toda essa produção para os Estados Unidos, a empresa poderia suprir cerca de 50% da demanda interna americana sem depender de sua cadeia de suprimentos chinesa.
Ainda assim, a Apple não pretende abandonar sua estrutura produtiva na China, considerada altamente eficiente e integrada. A movimentação é descrita como uma resposta tática, não estratégica. O objetivo, segundo o WSJ, é ganhar tempo enquanto busca melhores condições regulatórias.
A estratégia de diversificação geográfica vem se acelerando desde a pandemia e dos episódios de instabilidade geopolítica envolvendo EUA e China. A Índia, em particular, tem sido tratada como pilar emergente na estratégia industrial da Apple, com incentivos fiscais e apoio do governo Modi para atrair montadoras globais.
A decisão de Apple poderá redefinir não apenas a logística da marca, mas também o mapa global de produção de eletrônicos. Em tempos de guerra tarifária, flexibilidade na cadeia de valor pode se tornar a maior inovação da empresa.
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