Destaques da Semana 16 de Junho de 2025

Destaques da Semana AI Business Journal – Seu resumo semanal de tecnologia e inteligência artificial

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Charge criada no Midjourney com base nos destaques da semana

Bem-vindo ao AI Business Journal. Hoje é 16 de junho de 2025, e aqui está o que você precisa saber sobre os principais movimentos do mercado e as notícias mais relevantes sobre inteligência artificial no mundo. Nesta edição, reunimos os destaques que marcaram a semana — avanços tecnológicos, estratégias de gigantes do setor, impacto econômico e mudanças geopolíticas que moldam o futuro da IA.

1. United Natural Foods sofre cyberataque e paralisa entregas a 30.000 lojas

A United Natural Foods Inc. (UNFI), que abastece redes como Whole Foods, sofreu um ataque cibernético na semana de 9 de junho, comprometendo sistemas de TI e forçando a empresa a desconectar sua rede para conter a intrusão

A UNFI afirmou em registro à SEC que ativou o plano de contingência, mas reconheceu que as operações, seleção e envio de produtos seguem interrompidos, afetando mais de 30.000 lojas nos Estados Unidos e Canadá

A Whole Foods, preocupada com danos na cadeia de abastecimento, informou aos funcionários que a falha pode durar “vários dias”, já que o sistema de pedidos está lento para retornar ao operacional

Fontes internas relatam prateleiras vazias e falta de produtos, apesar de esforços para restringir a comunicação ao público e mitigar impactos.

Especialistas em segurança alertam para o risco crescente que ataques a cadeias food-tech representam, ressaltando a necessidade urgente de robustecer defesas digitais nesse setor

2. OpenAI alcança US$ 10 bi em receita anual, mas lucros continuam incertos

A OpenAI anunciou receita recorrente de US$ 10 bilhões — um salto em relação aos US$ 5,5 bilhões do ano anterior — impulsionada por ChatGPT, API e produtos corporativos

Com meio bilhão de usuários ativos por semana e 3 milhões de clientes corporativos, a empresa projeta crescimento acelerado, visando US$ 125 bilhões até 2029

Entretanto, a OpenAI não divulgou sua margem líquida nem custos operacionais, deixando em aberto se a trajetória é sustentável .

A companhia enfrenta pressão para equilibrar expansão agressiva com retenção de talento e controle de despesas, ainda mais após a recente aquisição de startups como Windsurf e io (Jony Ive)

Analistas ressaltam que, apesar do desempenho impressionante em receita, a transição para hardware e diversificação de produtos pode demandar montantes elevados de investimento antes de gerar ganhos reais.

3. “Liquid Glass”: Apple revoluciona visual do iOS 26 no WWDC

No WWDC deste ano (9–13 de junho), a Apple apresentou o “Liquid Glass”, um novo visual que incorpora camadas translúcidas, profundidade dinâmica e efeitos de luz interativos no iOS 26 .

Atualizações também foram anunciadas para outros sistemas: watchOS, tvOS, visionOS, CarPlay e Wallet — além de um novo app Games com recursos sociais e gamificação .

O ponto mais comentado foi o foco em design e usabilidade, com menos ênfase em IA avançada, algo que muitos esperavam, especialmente após o adiamento do Siri .

Experts têm sugerido que, embora esteticamente inovador, falta à Apple demonstrar avanços concretos em inteligência artificial generativa, como concorrentes têm feito .

Ainda assim, a XRobotics e outras apresentações paralelas mostraram como a tecnologia de visualização e borda visual ganham protagonismo, oferecendo experiências mais imersivas para os usuários .

4. IA no dispositivo: Apple libera framework offline para desenvolvedores

Também no WWDC, a Apple anunciou o Foundation Models Framework, que habilita IA totalmente embarcada nos próprios dispositivos, sem necessidade de conexão com a nuvem .

A novidade permite que apps executem tarefas de linguagem e visão artificial localmente, com integração ao Swift e suporte imediato para recursos inteligentes, testados por apps como Day One e AllTrails .

A iniciativa reforça a postura da Apple de priorizar privacidade e autonomia do usuário, posicionando-se de modo distinto frente a Google e OpenAI, que ainda dependem da nuvem .

A empresa já distribuiu a versão beta do framework a desenvolvedores, planejando um lançamento público ainda este mês — o que pode estimular uma nova onda de apps inteligentes offline .

Especialistas consideram essa uma estratégia sólida para ampliar a adoção de IA sem sacrificar performance ou segurança dos dados pessoais dos usuários .

5. Bug no Google expõe números de recuperação por brute-force

Pesquisador “brutecat” descobriu um bug que permitia obter o número de telefone de recuperação de contas do Google em até 20 minutos, usando automação e brute-force em APIs não protegidas .

O Google respondeu rapidamente ao alerta, corrigiu a vulnerabilidade e premiou o caçador de bugs com US$ 5.000 — reforçando a eficácia de programas de recompensas .

Especialistas alertam que a exposição de números pessoais abre espaço para ataques de SIM swap e roubo de respostas de recuperação, colocando milhões de usuários em risco .

A falha também destaca que práticas tradicionais de autenticação por SMS já não bastam, e há demanda por métodos como apps autenticadores e chaves de segurança física .

Analistas reforçam que a adoção ampla de 2FA e o uso de métodos descentralizados é crucial para reduzir vulnerabilidades em processos críticos de recuperação de conta .

6. Robôs da XRobotics preparam 25.000 pizzas por mês

A startup XRobotics, de São Francisco, está revolucionando o mercado de fast food com o xPizza Cube, robô de bancada capaz de fabricar até 25.000 pizzas por mês, com rendimento de cerca de 100 pizzas por hora

O dispositivo automatiza etapas como espalhar molho, queijo e toppings, usando instruções vindas de um tablet. É compacto e projetado para funcionar em cozinhas já existentes, em vez de grandes quiosques ou trailers

Com leasing a US$ 1.300 mensais e redução de 70–80% nos custos de mão de obra, o robô mostra apelo comercial concreto. Foi idealizado após testes com versões maiores e a análise dos dados de operação inicial .

Com US$ 2,5 milhões captados em rodada seed, a XRobotics planeja escalar a produção e expandir para Canadá e México, mirando as mais de 73.000 pizzarias nos Estados Unidos

A empresa busca provar que automação pode ser eficiente e lucrativa em cozinhas compactas, sinalizando uma tendência mais ampla de adoção de foodbots em redes menores e independentes.

7. Google pode encerrar parceria com Scale AI após investimento da Meta

Fontes indicam que o Google planeja interromper seu contrato de US$ 200 milhões com a Scale AI em 2025, após a Meta investir cerca de US$ 14,3 bilhões na empresa, adquirindo 49% de participação

A Microsoft também estaria reconsiderando seu vínculo com a Scale, enquanto a OpenAI, embora mantenha uso, diversifica sua base de fornecedores

Scale AI confirmou a entrada da Meta e garantiu sua independência; o CEO Alexandr Wang deixará o cargo para liderar um novo time de “superinteligência” na Meta, enquanto Jason Droege assume como interino

A Meta aposta que a aquisição de talento e capacidade de anotação de dados trará vantagens competitivas em IA. Seus esforços incluem preencher vagas estratégicas com líderes como DeepMind’s Jack Rae

O fim da parceria com o Google abre espaço para concorrentes de anotação de dados crescerem, e também reflete o movimento de grandes players redirecionando recursos estratégicos conforme o mercado de IA evolui.

8. Y Combinator critica monopólio do Google e pede mais competição em IA

Em maio, a Y Combinator apresentou argumentos à justiça americana afirmando que o Google pratica monopólio no mercado de busca e IA, prejudicando inovações de startups.

O documento descreve um “kill zone” ao redor da Google: VCs evitam financiar iniciativas que possam competir com seus produtos, por medo de represálias comerciais.

Com isso, o ecossistema de startups seria forçado a focar em nichos, enquanto o Google consolida poder e dificulta disrupções — ameaçando futura diversidade tecnológica .

A Y Combinator pede maior fiscalização antitruste, mas reconhece que desmontar empresas gigantes no momento não seria eficaz — sugerindo medidas como neutralidade de plataforma .

Esse debate evidencia o momento crítico em que a IA, controle de dados e poder das plataformas se cruzam — definindo o futuro da inovação global.

9. Investimento em startups de crescimento em IA mostra dificuldades

Em evento no início de junho, Rebecca Bellan (TechCrunch) e Jill Chase (CapitalG) discutiram os riscos crescentes ao investir em startups de IA em estágio avançado.

Embora muitas empresas atinjam dezenas de milhões de ARR e valuations de US$ 1 bilhão com pouca maturidade, isso pode esconder problemas: equilíbrio financeiro, governança, riscos operacionais.

Chase ressaltou que avaliar se o fundador pode se adaptar rapidamente às mudanças é tão relevante quanto a receita — e apontou que investir em algo super-rápido também pode ser perigoso .

O mercado hiper competitivo, com a entrada de gigantes como Microsoft e Google, pressiona startups a crescerem depressa, mas nem sempre oferecem infraestrutura e restrições adequadas .

O resultado é um cenário complexo para VCs: encontrar oportunidades valiosas, mas mitigar riscos como burn rate, talento-chave ou excesso de dependência de tecnologia emergente.

10. Estados Unidos e China fecham trégua no conflito comercial durante negociação em Londres

Após dois dias de intensas negociações em Londres nos dias 9 e 10 de junho de 2025, Estados Unidos e China anunciaram uma “trégua estratégica” para reativar uma pausa tarifária que vinha desde o Acordo de Genebra em maio

O presidente Donald Trump confirmou que o acordo está “concluído”, pendente apenas de ratificação dos líderes Xi Jinping e ele mesmo.

A composição do acordo traz dois eixos: Redução de tarifas em setores cruciais, com a China acelerando exportações de terras raras enquanto os Estados Unidos consideram amenizar controles à exportação de chips — embora a flexibilização só ocorra mediante cumprimento rigoroso dos termos por parte chinesa.

Além disso, haverá facilitação de vistos educacionais para estudantes chineses nos Estados Unidos, como parte de troca diplomática.

A resposta dos mercados foi positiva: índices acionários tanto nos Estados Unidos (S&P 500) quanto na China (CSI 300) registraram leves altas de cerca de 0,1% e 0,8%, respectivamente, refletindo otimismo — embora por hora cauteloso.

Essa trégua não aborda questões sensíveis como Taiwan, tráfico de fentanil ou o modelo econômico da China, o que indica que o impasse geopolítico persiste em áreas mais delicadas e estruturais.

O encontro em Londres foi facilitado no histórico Lancaster House e contou com delegações de alto nível, incluindo o vice-premiê He Lifeng e secretários Bessent, Lutnick e Greer

Na visão de analistas, a negociação mostra que ambos países reconhecem o valor de restabelecer a confiança nas cadeias globais, especialmente na indústria de tecnologia e minerais estratégicos. Mesmo assim, permanece uma sensação de incerteza — o reequilíbrio da relação levará tempo, demandará monitoramento e poderá ser revogado se algum dos lados mudar seu comportamento.

Essas foram as principais notícias sobre tecnologia, inteligência artificial e o cenário global. Para acompanhar tudo em tempo real, acesse aibusinessjournal.com.br e fique por dentro do que realmente movimenta o mundo e a economia. Nosso resumo semanal vai ao ar toda segunda-feira, às 4h30 da manhã, no Spotify e no YouTube. E claro — assine a newsletter para receber os destaques direto no seu e-mail e estar sempre um passo à frente no mercado com notícias e análises de especialistas!