Plataforma de Elon Musk testa sistema para vender handles abandonados a empresas verificadas. Lances começam em US$ 10 mil e podem superar meio milhão por nomes cobiçados.
Plataforma de Elon Musk testa sistema para vender handles abandonados a empresas verificadas. Lances começam em US$ 10 mil e podem superar meio milhão por nomes cobiçados.
A X (ex-Twitter) começou a estruturar um sistema oficial de venda de nomes de usuários inativos para organizações verificadas. A novidade, ainda em fase de testes, permitirá que empresas que já pagam o plano corporativo de US$ 1.000 por mês iniciem lances a partir de US$ 10.000 para adquirir usernames desejados — com valores que, segundo documentos internos, podem ultrapassar os US$ 500 mil.
As primeiras pistas sobre o novo sistema foram descobertas por Nima Owji, engenheiro especializado em engenharia reversa, que detectou atualizações no código do aplicativo web da X na última quarta-feira. Embora o site de aquisição ainda não esteja acessível ao público, os bastidores revelam um processo bem delineado.
Empresas interessadas deverão interagir com um bot automatizado de suporte, informando o nome de usuário desejado. A X promete responder em até três dias úteis sobre a disponibilidade. Caso o handle esteja livre, a transferência para o novo titular ocorrerá entre um e dois dias após o pagamento, segundo um FAQ encontrado no sistema.
A movimentação marca a materialização de uma ideia antiga do próprio Elon Musk, que já em 2023 havia iniciado a limpeza de contas inativas com o objetivo declarado de “libertar o namespace” da plataforma. Rumores sobre um leilão de handles circularam desde então, incluindo uma investigação da Forbes em novembro passado, que revelou que a X estaria sondando interessados informalmente.
Agora, com um sistema automatizado e documentação formal em desenvolvimento, o projeto ganha contornos de produto. O FAQ ainda menciona descontos para compras em volume, sugerindo uma estratégia agressiva de monetização de ativos digitais.
Para empresas, a aquisição de um nome estratégico pode representar valor de marca, controle de reputação e otimização de presença digital — especialmente diante da dificuldade crescente de registrar usernames relevantes nas principais redes sociais.
Por outro lado, a iniciativa pode gerar efeitos colaterais: ao vincular usernames a valores comerciais elevados, a X pode estimular a retenção artificial de contas por parte de usuários que temem perder seus nomes ou visam vendê-los por fora.
Ao transformar nomes de usuário em ativos transacionáveis de alto valor, a X sinaliza mais um passo rumo à sua reconfiguração como um ecossistema digital híbrido — parte rede social, parte mercado. A dúvida que resta: os nomes que antes valiam reputação, agora valem o quanto?
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