Fundada por Tori White (CEO) e Reed Harmeyer (CTO), a Skylight reproduz a mecânica dos apps de vídeos curtos — com editor interno, curtidas, comentários e perfis personalizáveis — mas se diferencia por ser descentralizada desde o primeiro dia. Isso significa que os vídeos publicados no Skylight são visíveis e interativos em outros apps baseados no ATProto, como o Bluesky (com mais de 33,8 milhões de usuários) e o Flashes, voltado para imagens.

A motivação para criar a Skylight surgiu da crescente incerteza em torno de um possível banimento do TikTok nos EUA. White, ex-influenciadora de viagens e hoje desenvolvedora autodidata, viu no ATProto uma base tecnológica confiável para construir uma alternativa sustentável. “A primeira coisa que nos atraiu foi o fato de que o Bluesky não caía, não tinha ‘fail whale’”, contou Harmeyer, em referência ao símbolo de falhas recorrentes no antigo Twitter.

Com uma abordagem “build in public”, White documentou toda a construção da Skylight no TikTok por meio do perfil @buildwithtori, que já reúne cerca de 50 mil seguidores e serviu como base de recrutamento para os primeiros testadores da plataforma.

A Skylight suporta vídeos de até três minutos e já trabalha em recursos como sons, duelos (duets), stitches, favoritos e playlists. A startup quer ir além da experiência tradicional de rolagem e swipe, prometendo gestos personalizados e curadoria de feed pelo usuário em futuras atualizações.

O projeto recebeu investimentos de Mark Cuban e do fundo Graham & Walker, de Leslie Feinzaig, em uma rodada pré-seed. O aplicativo já está disponível em beta para Android e agora também na App Store para iOS.

Ao combinar tecnologia descentralizada com foco em criadores e um espírito de comunidade desde a concepção, a Skylight se posiciona como uma alternativa viável — e mais transparente — ao TikTok. Em um cenário onde plataformas dominantes enfrentam escrutínio regulatório, o modelo “ban-proof” pode ser seu maior diferencial competitivo.