Papa Leão XIV faz da IA uma questão central de seu pontificado

O Papa Leão XIV transforma a inteligência artificial em uma prioridade moral global, comparando-a à Revolução Industrial e defendendo um tratado internacional para conter seus riscos à dignidade humana e ao trabalho.

O Papa Leão XIV, primeiro pontífice norte-americano e recém-empossado, declarou que a inteligência artificial é uma das maiores ameaças sociais do século XXI e deve ser tratada com a mesma seriedade que a Igreja abordou a Revolução Industrial. A fala ocorreu em reunião com cardeais no Vaticano e já impulsiona uma agenda moral e diplomática contra o uso irresponsável da IA.

Inspirado por seu homônimo, Papa Leão XIII — que defendeu os direitos dos trabalhadores no fim do século XIX —, o Papa Leão XIV declarou que seu papado será marcado por uma postura firme frente às “ameaças da tecnologia sem ética”.

“Estamos vivendo outra revolução industrial”, afirmou. “E as inovações no campo da inteligência artificial representam desafios profundos à dignidade humana, à justiça e ao trabalho.”

A declaração sinaliza um rompimento simbólico com anos de aproximação entre o Vaticano e grandes empresas de tecnologia. Desde o pontificado de Francisco, a Santa Sé vem se aproximando de gigantes como Microsoft, Google e IBM para discutir limites éticos no desenvolvimento da IA — mas agora, sob Leão XIV, o tom é mais incisivo.

Segundo o Wall Street Journal, executivos de Meta, Palantir, OpenAI e outras empresas têm viajado ao Vaticano tentando apresentar a IA como uma aliada. A resposta do novo papa, no entanto, vem acompanhada de um apelo por um tratado internacional que regule o setor.

A proposta desagrada ao Vale do Silício. Muitos CEOs afirmam que regulações rígidas poderiam sufocar a inovação. Ainda assim, o Vaticano parece disposto a liderar um movimento global por uma IA mais responsável.

A posição do Papa Leão XIV pode reforçar pressões diplomáticas sobre empresas e governos, especialmente no contexto de legislações mais severas como a AI Act, da União Europeia. Se depender do Vaticano, a IA terá que responder não só à ciência, mas à consciência moral da humanidade.