Em um mercado onde velocidade é tudo, a IA se tornou o maior diferencial competitivo, reduzindo ciclos, acelerando decisões e transformando radicalmente a execução nos negócios.
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Em um mercado onde velocidade é tudo, a IA se tornou o maior diferencial competitivo, reduzindo ciclos, acelerando decisões e transformando radicalmente a execução nos negócios.
Por Ramon Azevedo, CEO da Morada.ai, startup especializada no uso de Inteligência Artificial (IA) para o setor imobiliário.
Durante décadas, falamos sobre eficiência, inovação e transformação digital como fatores de sucesso. Hoje, um elemento atravessa todos esses conceitos e redefine as regras do jogo: a velocidade.
Em mercados cada vez mais dinâmicos, a rapidez de execução deixou de ser apenas uma boa prática e se tornou um verdadeiro fosso competitivo (ou economic moats, em inglês, termo usado para descrever a vantagem competitiva de uma empresa de longo prazo que protege os lucros da empresa de concorrentes ou ameaças externas). Quem se move devagar não apenas perde oportunidades, mas fica fora da corrida.
A era dos projetos de seis meses para validar um produto acabou. Testes de Go-To-Market (GTM) acontecem em horas, com diagnósticos de contas e os ajustes em reuniões feitos em minutos. Equipes que nasceram em ambientes “AI-native” unem o produto, a engenharia e as operações para liberar lançamentos em semanas, e não mais em meses.
Essa agilidade redefine não só o Time-To-Market (TTM), mas também a capacidade de aprender e corrigir o rumo quase em tempo real. Segundo a pesquisa State of AI da McKinsey (2023), empresas de alto desempenho em IA têm três vezes mais probabilidade de requalificar mais de 30% de sua força de trabalho nos próximos três anos em comparação com as demais, mostrando como a adoção da IA não apenas acelera processos, mas também transforma culturas organizacionais.
O GTM deixa de ser um processo burocrático e passa a ser dinâmico. Pipelines automáticos permitem configurar TTM, sinais de intenção e copy com um clique. Os forecasts se apoiam em evidências extraídas de interações reais, eliminando boa parte do viés humano.
Entre os líderes de empresas com alta maturidade em inteligência artificial, 45% disseram que seus projetos com IA permanecem em produção por três anos ou mais para garantir impacto e valor sustentados. É o que revela uma pesquisa recente do Gartner. O resultado? Onboarding relâmpago, com tempo de captura de valor reduzido de semanas para dias, alavancado por copilotos de IA que guiam equipes e clientes.
Empresas de diferentes segmentos demonstram como a IA pode se tornar uma camada operacional crítica, e não apenas um recurso adicional. A Perplexity, uma startup de busca conversacional baseada em IA, alcançou um valuation bilionário com apenas cinco vendedores humanos. Todo o processo, desde a qualificação de leads até o fechamento de contratos, é orientado por sistemas autônomos, reduzindo custos operacionais e competindo diretamente com players tradicionais como Google e Apple
Já a HubSpot, referência global em CRM, incorporou IA em 95% do seu time técnico em menos de seis meses. Com isso, 45% dos tickets de suporte já são resolvidos por agentes autônomos, liberando capital humano para problemas estratégicos mais complexos. Seu sistema usa modelos especializados para classificação de tickets, geração de respostas e feedback, e loops supervisionados por humanos.
Na Owner, soluções preditivas permitiram uma redução de 72% no tempo de preparação de reuniões comerciais. Ao integrar análise de comportamento do cliente e geração automática de relatórios, a empresa elevou em 53% a taxa de conversão em primeiras interações, um ganho direto em eficiência comercial.
Outro exemplo relevante é o da Character.ai, cuja plataforma permite criar agentes de conversação personalizados. A empresa alcançou mais de 20 milhões de usuários mensais em menos de dois anos, operando com um time reduzido graças ao uso extensivo de modelos proprietários que automatizam desde a moderação até o atendimento ao cliente.
Mesmo com tantos cases de sucesso, não podemos ignorar os riscos. Crescer em ritmo acelerado sem métricas sólidas gera, o que chamo, de vibe revenue: uma ilusão de crescimento que se transforma em churn elevado. O equilíbrio entre humano e IA também é essencial. Automação excessiva, sem clareza de papéis e accountability, pode criar gargalos ou, pior, destruir a experiência do cliente.
Decisões táticas inteiras já são automatizadas, liberando tempo para estratégia e inovação. Dashboards e análises on demand reduzem ciclos de semanas para minutos. Agentes de IA nutrem leads, preparam calls e sugerem campanhas com precisão cirúrgica. E, ao incorporar loops de aprendizado contínuo, esses sistemas se tornam mais eficientes a cada interação, elevando a conversão e reduzindo custo de aquisição.
Porque a velocidade não vai desacelerar. A inteligência artificial processa volumes de dados gigantescos em frações de segundo, gerando escalabilidade sem inflar o time humano. Adotar IA hoje significa capturar ganhos de produtividade que serão o padrão do mercado amanhã. Quem esperar vai disputar espaço com concorrentes mais ágeis e melhor equipados.
Em um mundo onde a execução se tornou a verdadeira barreira de entrada, a IA é mais do que uma ferramenta: é um multiplicador de velocidade, precisão e impacto.
Cerca de 20 anos na liderança de áreas de Inovação, Negócios, Planejamento e Tecnologia da Informação. Amplo conhecimento do ecossistema internacional de inovação (Vale do Silício, Boston, Canadá, Reino Unido, Israel, Chile, Portugal e China). Doutorando em Inovação pela UFMG, Mestre em Gestão da Inovação pela UFMG, pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas e graduado em Sistemas de Informação.
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