Escritores se mobilizam contra IA em livros e exigem compromisso ético de editoras

Escritores renomados pedem que editoras se comprometam a não substituir narradores, escritores ou editores humanos por IA — movimento cresce após decisões judiciais desfavoráveis aos autores.

Escritores lançam manifesto contra uso de inteligência artificial na produção de livros

Em uma carta aberta publicada nesta semana, centenas de escritores — entre eles nomes como Lauren Groff, Lev Grossman, R.F. Kuang e Dennis Lehane — exigiram que editoras literárias assumam um compromisso público contra o uso de inteligência artificial para substituir o trabalho humano na produção e narração de livros. O apelo, que acumulou mais de 1.100 assinaturas em apenas 24 horas, também condena o uso de obras literárias como material de treinamento para modelos de IA sem compensação ou consentimento dos autores.

No texto, os autores acusam empresas de IA de “roubar” seu trabalho:

“Em vez de pagar aos escritores uma pequena fração da receita que nossas obras geram, alguém será pago por uma tecnologia construída sobre nosso trabalho não remunerado.”

Eles pedem que as editoras jamais publiquem livros criados por máquinas, nem transformem funções editoriais em meros cargos de “monitores de IA”. Outro ponto-chave é o compromisso de manter narradores humanos em audiobooks, rejeitando vozes sintéticas.

O movimento surge em um momento crítico: diversas ações judiciais movidas por autores contra empresas de IA foram enfraquecidas por decisões recentes de tribunais federais nos EUA, que questionaram a viabilidade das acusações de violação de copyright.

Enquanto isso, grandes editoras têm experimentado tecnologias de narração automática e ferramentas de edição baseadas em IA. O temor dos escritores é que a automação comprometa não apenas empregos, mas a integridade artística da literatura contemporânea.

O manifesto dos autores não é apenas um grito por reconhecimento, mas um alerta sobre os rumos da produção cultural. Em uma era em que algoritmos escrevem, narram e editam, a pergunta não é apenas “quem faz o livro?”, mas “quem é remunerado por ele?”.

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Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Comunicação e Marketing Digital pela HSM University, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.