Ao substituir tradutores e redatores por IA, Duolingo é apontado como exemplo de que a inteligência artificial está impactando o mercado de trabalho — especialmente os cargos de entrada.
Ao substituir tradutores e redatores por IA, Duolingo é apontado como exemplo de que a inteligência artificial está impactando o mercado de trabalho — especialmente os cargos de entrada.
Transformações provocadas pela inteligência artificial reacendem debates sobre empregos, enquanto empresas como a Duolingo substituem parte da equipe por sistemas automatizados.
A Duolingo anunciou nesta semana sua intenção de se tornar uma empresa “AI-first”, adotando inteligência artificial como prioridade estratégica e substituindo parte de sua força de trabalho contratada por tecnologias automatizadas. A medida reacendeu o debate sobre uma possível crise de empregos causada pela IA, que, para muitos, já deixou de ser uma previsão futurista e passou a ser uma realidade concreta.
O jornalista Brian Merchant classificou o movimento como um sinal claro de que “a crise de empregos por IA já chegou”. Em seu artigo, ele conversou com ex-colaboradores da Duolingo que relataram que os cortes não são novidade: cerca de 10% dos contratados foram dispensados no final de 2023, com nova rodada de demissões em outubro de 2024 — todas elas com substituição por sistemas de inteligência artificial.
Os primeiros afetados foram tradutores e, mais tarde, escritores. Segundo Merchant, os cortes refletem uma tendência maior: a de empresas que optam por IA em vez de contratar profissionais, especialmente em cargos iniciais, muitas vezes ocupados por recém-formados.
O impacto já pode ser observado nos números. Reportagem recente da revista The Atlantic mostrou que a taxa de desemprego entre jovens graduados nos EUA está anormalmente alta. Uma das hipóteses apontadas é que os investimentos em IA estejam “canibalizando” o orçamento de contratações, criando uma barreira invisível à entrada no mercado de trabalho.
Merchant destaca que a crise não é uma distopia tecnológica no estilo Skynet, mas sim fruto de decisões corporativas para reduzir custos com mão de obra e concentrar controle. Ele cita sinais já visíveis: perda de renda entre artistas, redatores e ilustradores freelancers, redução de contratações e reestruturações que eliminam funções humanas em nome da “eficiência com IA”.
A Duolingo pode não ser a única, mas está se tornando um dos rostos mais visíveis de uma transformação silenciosa e estrutural no mercado de trabalho. À medida que mais empresas adotam estratégias centradas em IA, cresce a pressão por um debate sério sobre o futuro do trabalho — e sobre quem paga o preço do progresso tecnológico.
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Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Comunicação e Marketing Digital pela HSM University, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.
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