Empresas AI-FIRST: o que você precisa saber sobre este novo modelo de crescimento

AI-First é mais que tendência: é estratégia. Integrar IA à cultura, processos e decisões aumenta eficiência, reduz custos e impulsiona a competitividade — mesmo em pequenas empresas.

Como todo assunto que envolve inovação corporativa, o modelo AI- First também gera um ponto de interrogação na cabeça do empreendedor. Será que esse modelo pode ser adotado pela micro e pequena empresa ? Quais os benefícios ? E principalmente, do que se trata esse modelo com inteligência artificial?

Assim como anos atrás falávamos sobre Mobile First, o AI First não é apenas uma tendência mas é uma realidade. 

AI-first é quase uma filosofia de negócio, assim como a prática de não consumir nada que gere sacrifício ou sofrimento animal está para o veganismo, o uso de Inteligência artificial como base para estruturar todos os processos dentro de uma empresa está para o modelo AI – First, não se trata apenas do uso de ferramentas com inteligência artificial para automatizar processos, mas sim o uso dela como peça fundamental nas tomadas de decisões, criação de processos, produtos e fluxos dentro de uma empresa. O modelo parte do ponto de vista de democratização da inteligência artificial sendo inserida em todos os setores da empresa e não apenas para execução de algumas tarefas, além de empoderar os colaboradores à usarem inteligência artificial em seu favor. 

Ou seja, não é apenas a criação de um produto novo da empresa, mas também para uso interno para redução de custo, ou otimização interna e/ou de processos.

Para compreender melhor o conceito AI-First, imagine um grupo de pessoas com deficiência visual sendo atendido por empresas que utilizam inteligência artificial., neste caso a ferramenta de inteligência artificial não faria somente a identificação desses clientes por padrão, mas também adaptaria o produto ou serviço oferecido pela empresa dentro das melhores condições e cenários para a experiência desse grupo, ou seja além da análise de dados a inteligência artificial. toma as decisões baseadas nesses dados. Apesar de novo, o modelo de negócio é tendência / realidade entre as corporações que buscam aumentar produtividade e lucro através da inovação com uso de inteligência artificial, em uma pesquisa realizada pela Meta aplicada em sua carteira com mais de 200 clientes, foi observado que para 59% dos clientes o principal objetivo ao utilizar inovação como ferramenta era melhorar os resultados econômico-financeiros.

Sair na frente dessa corrida incorporando a cultura AI-first significa moldar o cenário onde se está inserido, significa ter uma melhor análise de dados, tomar decisões com mais assertividade, ter processos internos mais inteligentes, resultando em otimização de tempo, de resultado e por consequência um aumento da competitividade de mercado. 

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AI Summit Rio

Em alguns clientes que atendo, seja com palestras ou com treinamentos internos, o grande erro é achar que a empresa tem que trabalhar com AI-Only. Cada vez mais uso as palestras e treinamentos para dizer e deixar claro que é AI-First e não AI-Only. Além disso as empresas precisam entender que sim, temos que olhar os nossos concorrentes, mas cuidado! Existe ainda muito o que chamo de “inovação de fachada”. A urgência é importante, mas cuidado ao comparar o que realmente o mercado está fazendo. Trabalhe internamente para depois ir para o mercado, e criar novos produtos ou serviços. Cuidado para não pular etapa. A “Alfabetização em IA” é importante para saber que a tecnologia de Inteligência Artificial é “tecnologia”, ou seja o “meio” e não o “fim”. E isso que prego quando aplico a manda de Inovação que criei chamado IS4L (Innovation Strategy for Leaders), onde é preciso entender mais e principalmente mudar o nosso mindset do que realmente é Inovação, para depois trabalhar com Governança.

E claro sem esquecer a Proposta de Valor. Pois que adianta aplicar uma Inteligência Artificial na sua empresa ou na empresa que você trabalha se no final do dia a empresa não gera lucro? A entrega de valor pra empresa é sim: gerar nova receita, alavancar uma receita já existente ou diminuir algum custo. Com isso em mente ficará mais fácil escolher qualquer ferramenta. E por isso que na manda está no último item o que chamo de Toolset (que entra as metodologias, práticas, ferramentas e tecnologias).

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IS4L (Innovation Strategy for Leaders)

Assim sendo, em outras palavras: para quem quer transformar seu negócio com a mentalidade  AI-First tenha a certeza que o primeiro passo é olhar para cultura organizacional, investir em capital humano oferecendo treinamentos que mudem o mindset dos colaboradores, deixando a equipe segura quanto ao uso de inteligência artificial, treinamentos para aprender a usar inteligência artificial, outro passo importante nessa jornada é investir em otimização dos processos internos com uma estratégia clara, bem desenhada para implementar ferramentas que facilitem, que poupem tempo de processos repetitivos sobrando mais tempo para investir em outras demandas importantes, além disso é preciso entender o nível de maturidade digital da empresa, investir em estrutura de dados.

Lembre-se que a estratégia de uso de inteligência artificial tem que estar atrelado com a estratégia da empresa. E por último, mas não menos importante é preciso pensar em parcerias estratégicas, como colaboração com startups, universidades, incubadoras, atores indutores de conhecimento que promovem os processos de inovação, essas conexões geram troca de experiência e ajudam a minimizar erros no processo. 

Texto feito em colaboração entre Alexandre Uehara e Lais Maluf Hokama

Alexandre Uehara

Palestrante e Conselheiro de Inovação Corporativa. Atuação de mais de 20 anos em grandes empresas. Ex-Comitê Executivo da Febraban, professor MBA em Gestão De Inovação, Diretor do Founder Institute Brazil; Curador dos Eventos da ABFintechs; Top3 e Top10 Mentor do ano Startup Awards 2022/23/24; Investidor de Startups; Embaixador da SingularityU Sao Paulo Chapter; Analista Shark Tank Brasil.