OpenAI e Perplexity ampliam recursos de compras por inteligência artificial

OpenAI e Perplexity ampliam IA para compras online, enquanto startups especializadas defendem vantagem em dados e nichos.

Com a chegada das festas de fim de ano, a corrida por assistentes de compras baseados em inteligência artificial acelera, a OpenAI e a Perplexity anunciaram nesta semana novos assistentes de compras integrados aos seus chatbots, permitindo que usuários pesquisem produtos, comparem preços e encontrem alternativas personalizadas diretamente dentro da interface conversacional.

Funcionalidades semelhantes, mas com abordagens distintas

A OpenAI sugere que usuários podem pedir ajuda ao ChatGPT para listar laptops “para jogos, por menos de US$ 1.000 e com tela acima de 15 polegadas”, ou enviar fotos de peças de roupa e solicitar opções similares e mais acessíveis.

A Perplexity, por outro lado, está destacando o uso de memória do chatbot para personalizar recomendações com base no histórico do usuário — como sua localização ou profissão.

Segundo a Adobe, as compras assistidas por IA devem crescer 520% neste fim de ano, o que também pode beneficiar startups como Phia, Cherry e Deft (atualmente Onton).

Startups especializadas dizem que ainda têm vantagem

Zach Hudson, CEO do aplicativo de design de interiores Onton, afirma que ferramentas generalistas como ChatGPT e Perplexity não substituem modelos especializados.

“Um modelo é tão bom quanto suas fontes de dados. ChatGPT e ferramentas baseadas em LLM dependem de índices como Bing ou Google”, disse Hudson, observando que startups especializadas treinam seus próprios conjuntos de dados para entregar recomendações de maior qualidade.

A Perplexity disse ao TechCrunch que opera seu próprio índice de busca.

Julie Bornstein, CEO da Daydream e executiva veterana de e-commerce, concorda: o setor de moda exige nuances que generalistas não conseguem capturar.

“Moda é emocional e altamente específica. Encontrar um vestido não é o mesmo que encontrar uma televisão”, afirmou. Segundo ela, modelos verticais conseguem entender silhuetas, tecidos e ocasiões com muito mais precisão.

Dados proprietários e curadoria especializada fazem diferença

Startups de IA para compras desenvolvem pipelines próprios para catalogar produtos de forma mais estruturada e limpa, treinando modelos internos com dados de maior qualidade.

Sem isso, Hudson afirma que startups que dependem apenas de LLMs genéricos e interfaces conversacionais terão dificuldade para competir.

OpenAI e Perplexity têm vantagens de distribuição e parcerias

A vantagem das gigantes é clara: elas já contam com bases massivas de usuários e parcerias com grandes varejistas. A OpenAI possui integração com a Shopify, enquanto a Perplexity se conecta ao PayPal para permitir checkout dentro da própria conversa.

Enquanto isso, startups como Daydream e Phia direcionam usuários para o site do varejista, muitas vezes recebendo receita por afiliados.

E-commerce pode ser caminho para rentabilizar modelos de IA

As empresas de IA ainda buscam modelos sustentáveis de receita, e a entrada no e-commerce pode replicar estratégias de Google e Amazon, que monetizam busca e recomendação com anúncios pagos.

Mas isso também pode ampliar problemas já conhecidos das buscas tradicionais, como relevância variável e vieses.

Modelos verticais podem se destacar no longo prazo

Borneo afirma que modelos verticais em moda, viagens ou casa podem superar generalistas por compreenderem como consumidores tomam decisões no mundo real.

Enquanto gigantes como OpenAI e Perplexity ampliam suas ofertas, especialistas acreditam que startups que investirem em dados e curadoria profunda continuarão competitivas em nicho

Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital e especialista em estratégia, inovação e gestão de projetos. Na Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, desenvolve soluções para fortalecimento institucional. Com passagens por ORO, Agência Open, Brasil84 e VTIC, acumula experiência em marketing digital, branding e transformação digital. Certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, aplica inteligência artificial em design, automação e comunicação. Membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, atua também em projetos sociais e educacionais.