Cisco lança roteador com foco em inteligência artificial e interconexão entre data centers globais.
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Cisco lança roteador com foco em inteligência artificial e interconexão entre data centers globais.
A inteligência artificial está forçando gigantes de tecnologia como Cisco a reinventarem a infraestrutura de data centers, criando soluções de interconexão capazes de lidar com a expansão de workloads distribuídos em múltiplas localidades.
A Cisco entrou em uma disputa cada vez mais acirrada no mercado de interconexão de data centers voltados à inteligência artificial, lançando o sistema de roteamento 8223, apresentado em 8 de outubro. O equipamento entrega 51,2 terabits por segundo e é o primeiro roteador fixo projetado para conectar data centers que executam workloads de IA distribuídos.
A Broadcom e a Nvidia também já lançaram soluções similares. A Broadcom apresentou em agosto o chip Jericho 4 StrataDNX com largura de banda agregada de 51,2 Tb/s e memória HBM para buffering profundo. Já a Nvidia apresentou o Spectrum-XGS, assegurando a CoreWeave como cliente principal, ainda com poucos detalhes técnicos revelados.
Treinar modelos de linguagem e operar sistemas complexos exige milhares de processadores de alta performance. Com data centers atingindo limites físicos e energéticos, o setor busca uma nova abordagem: distribuir workloads entre diferentes instalações — a chamada “escala-across”.
Os workloads de inteligência artificial geram tráfego em rajadas, com picos intensos de movimentação de dados. Roteadores convencionais não foram projetados para lidar com esse padrão, e acabam gerando gargalos que prejudicam a eficiência dos clusters de GPU.
O Cisco 8223 é um roteador fixo de três unidades de rack com 64 portas de 800G. Ele processa mais de 20 bilhões de pacotes por segundo e alcança até 3 exabytes por segundo de interconexão. Seu diferencial é o chip Silicon One P200, com buffers profundos que absorvem picos de tráfego sem congestionar a rede.
Além da eficiência energética, o sistema suporta ópticas coerentes de 800G, permitindo conexões entre data centers a até 1.000 km de distância.
Microsoft, Alibaba Cloud e Lumen já estão adotando ou testando a tecnologia. A Microsoft destacou a flexibilidade da arquitetura Silicon One, enquanto a Alibaba planeja usá-la para substituir roteadores chassis tradicionais em sua rede principal.
O P200 é programável, permitindo atualizações para novos protocolos sem substituição de hardware — um diferencial importante diante da rápida evolução das redes de IA. O sistema também inclui criptografia de linha com algoritmos resistentes à computação quântica e integração com as plataformas de observabilidade da Cisco.
Com concorrentes como Broadcom e Nvidia, a Cisco aposta em sua experiência consolidada e em um ecossistema de hardware e software robusto. O 8223 chega com suporte a SONiC e, futuramente, ao IOS XR, além de integração com a linha Nexus, oferecendo flexibilidade e evitando dependência de fornecedor único.
No fim, o sucesso dependerá de quem oferecer o ecossistema mais completo — combinando performance, integração e suporte — para conectar de forma eficiente a crescente infraestrutura global de inteligência artificial.
Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital e especialista em estratégia, inovação e gestão de projetos. Na Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, desenvolve soluções para fortalecimento institucional. Com passagens por ORO, Agência Open, Brasil84 e VTIC, acumula experiência em marketing digital, branding e transformação digital. Certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, aplica inteligência artificial em design, automação e comunicação. Membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, atua também em projetos sociais e educacionais.
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