Destaques da Semana 30 de Junho de 2025

Destaques da Semana AI Business Journal – Seu resumo semanal de tecnologia e inteligência artificial

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Charge criada no Midjourney com base nos destaques da semana das notícias de inteligência artificial mais relevantes.

Bem-vindo ao AI Business Journal. Hoje é 30 de junho de 2025, e aqui está o que você precisa saber sobre os principais movimentos do mercado e as notícias de inteligência artificial mais relevantes no mundo. Clique em seguir no spotify e receba sempre na íntegra os destaques da semana. Nesta edição, reunimos os destaques que marcaram a semana — avanços tecnológicos, estratégias de gigantes do setor, impacto econômico e mudanças geopolíticas que moldam o futuro da IA.

1.Moratória Federal sobre IA nos Estados Unidos Avança com Polêmica no Congresso

Em Washington, um grupo bipartidário no Senado propôs uma moratória federal de 10 anos sobre leis estaduais que regulem IA, condicionando uma parte do financiamento federal a essa suspensão. A ideia, apresentada por senadores republicanos e apoiada por líderes como Ted Cruz, pretende evitar um emaranhado de normas divergentes Estado a Estado e facilitar o acesso ao pacote de US$ 500 milhões destinado a infraestrutura digital. A moratória levantou fortes debates, com defensores da autonomia estadual argumentando que as leis locais são essenciais para proteger direitos de consumidores e trabalhadores em situações específicas.

Críticos alertam que essa medida pode abrir brechas para práticas excessivamente permissivas no uso de IA, prejudicando padrões de privacidade e transparência. Governadores, incluindo 17 republicanos, pediram que o Senado retire a cláusula do “megaprojeto” orçamentário antes do prazo de 4 de julho. Já defensores defendem que uma abordagem padronizada é fundamental para a competição internacional — especialmente com a ofensiva chinesa em tecnologias emergentes — e que a moratória permitiria um ambiente legislativo mais coeso e previsível.

A votação no Senado está próxima, e existe expectativa de emendas que possam modificar ou eliminar a vinculação da moratória aos recursos federais. Em meio à pressão, o resultado da votação pode definir o rumo das regulações norte-americanas sobre IA para a próxima década e influenciar o ritmo de adoção pelas empresas.

2.Trump Planeja Medidas para Energizar Crescimento da IA

Donald Trump está preparando um pacote de medidas executivas que visa expandir a infraestrutura energética necessária para alimentar data centers de IA nos Estados Unidos. Fontes afirmam que serão priorizadas concessões de terras federais, aceleração na conexão desses centros à rede elétrica e simplificação das regras ambientais, incluindo uma permissão nacional única no lugar de múltiplas licenças estaduais. O objetivo é enfrentar a crescente demanda por energia – projetada para crescer cinco vezes até 2029 e mais de 30 vezes até 2035 – em uma estratégia para manter a liderança americana na corrida tecnológica contra a China.

Paralelamente, o governo planeja divulgar um “AI Action Plan” até 23 de julho, data que poderia ser denominada oficialmente como “AI Action Day”. A intenção com essas ações é dar destaque político ao projeto, sinalizar compromisso com o setor e atrair investimentos privados. Empresas como OpenAI, SoftBank, Oracle e Amazon, que já anunciaram aportes na construção de data centers, devem se beneficiar diretamente dessa agenda, com estimativas indicando um horizonte de investimentos bilionários em 2025.

Analistas divergem sobre os impactos ambientais e sociais dessas decisões. Se por um lado a expansão de infraestrutura pode estimular crescimento e inovação, por outro há preocupações sobre o esgotamento de recursos, pressões sobre áreas naturais e desperdício energético. As permissões ambientais simplificadas e entregas de terras podem acelerar projetos, mas aumentar os riscos locais.

3.Harvey AI Alcança US$ 5 Bi com Aporte e Expande Automação Jurídica

A startup Harvey AI, especializada em automação de processos jurídicos com IA, confirmou um aporte de US$ 300 milhões em sua rodada Série E, elevando sua avaliação de mercado para US$ 5 bilhões. O crescimento impressionante em menos de quatro meses reflete a demanda crescente por soluções que aumentem eficiência nos setores regulados, como jurídico e contábil. A empresa atende escritórios de advocacia de todos os portes, automatizando tarefas repetitivas como análise de contratos, criação de minutas e due diligence.

Os recursos levantados serão direcionados para ampliar o time de pesquisa e desenvolvimento, além de acelerar a criação de agentes especializados em diferentes áreas legais. A Harvey também planeja reforçar sua presença internacional, com foco inicial em países com alto volume de litígios e ambientes jurídicos complexos. A integração da IA à prática jurídica tem o potencial de reduzir drasticamente custos e aumentar a velocidade de entrega de serviços legais.

Analistas apontam a Harvey como um exemplo emblemático da transição de IA generativa para soluções verticais com impacto mensurável. Seu modelo de negócios combina tecnologia avançada com usabilidade focada em profissionais, o que aumenta sua penetração mesmo entre advogados não técnicos. A valorização da empresa sinaliza um movimento mais amplo de transformação digital no setor jurídico.

4.Estratégia em IA Impulsiona Crescimento Segundo Estudo da Thomson Reuters

A Thomson Reuters divulgou um estudo mostrando que apenas 22% das empresas possuem uma estratégia clara de IA, e essas têm o dobro da chance de gerar impacto positivo na receita, além de 3,5 vezes mais probabilidade de alcançar benefícios significativos. Com isso, organizações que integram práticas de IA de maneira estruturada conseguem economizar em média cinco horas por profissional semanal, o que se traduz em ganhos efetivos de produtividade estimados em US$ 32 bilhões ao ano apenas nos setores jurídico e contábil dos Estados Unidos.

O documento alerta que a ausência de planejamento formal pode minar a implementação de tecnologias emergentes, deixando empresas vulneráveis ao avanço de competidores que já adotam IA de forma coordenada. Isso vale especialmente para áreas que dependem de automação inteligente para lidar com grandes volumes de dados, repetitividade de tarefas e exigência regulatória. Steve Hasker, CEO da Thomson Reuters, afirma que a falta de visão estratégica coloca companhias numa posição de risco, obrigando-as a correr atrás de adversários mais rapidamente adaptáveis.

A pesquisa sinaliza que para obter bons resultados com IA, não basta adquirir as ferramentas; é preciso alinhar uso, governança e cultura organizacional. Empresas de consultoria e integradores podem ter um papel central nesse processo, oferecendo serviços que garantam adoção responsável, retorno sobre investimentos e conformidade a padrões éticos e regulatórios.

5.Parceria entre Pearson e Google Leva IA para Salas de Aula

A Pearson anunciou uma parceria com o Google Cloud para desenvolver ferramentas educacionais personalizadas com IA, voltadas ao ensino fundamental e médio na Europa. A proposta é liberar tempo dos professores automatizando tarefas administrativas e adaptando os materiais para as necessidades individuais dos alunos. As soluções incluem feedback instantâneo, relatórios de progresso e exercícios dinâmicos ajustados conforme o desempenho.

O sistema usa algoritmos de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural para se adaptar à curva de aprendizado de cada aluno, permitindo intervenções mais eficazes. Os professores receberão treinamentos para interpretar os dados gerados pela IA, ajudando na construção de planos de aula mais assertivos. Espera-se que a tecnologia traga avanços no engajamento estudantil e nos resultados acadêmicos ao longo do tempo.

A união de uma gigante da tecnologia com uma editora educacional tradicional indica um caminho crescente de digitalização do ensino. Além disso, o impacto positivo da IA na inclusão e acessibilidade pode impulsionar sua adoção também em outras regiões, incluindo América Latina e Ásia.

6.Anthropic Lança Programa para Exame Econômico da IA

A Anthropic lançou o Economic Futures Program, voltado a entender os impactos da IA no emprego, produtividade e distribuição de renda. A iniciativa oferece grants de até US$ 50 mil para pesquisadores realizarem análises empíricas sobre os efeitos da automação na economia, além de organizar simpósios em Washington e na Europa e construir um banco de dados global para análises contínuas.

O programa foca em três frentes principais: apoio à pesquisa, criação de fóruns de políticas públicas e construção de infraestrutura de dados. A Anthropic pretende gerar subsídios concretos para decisões governamentais, apostando que discussões informadas irão antecipar possíveis desafios, como desemprego, e explorar ganhos de produtividade .

Especialistas veem na iniciativa uma evolução importante no engajamento da indústria com a análise socioeconômica da IA. Ao financiar estudos rigorosos e promover colaborações transcontinentais, a Anthropic busca posicionar-se como referência não apenas tecnológica, mas também como agente de formulação de políticas responsáveis

7.Experimento Bizarro: Claude AI como Empresário Falho

A Anthropic submeteu seu modelo Claude a um experimento inusitado: ele foi encarregado de executar tarefas de “business owner” — e falhou de forma inesperada. O experimento, chamado Project Vend, mostrou que mesmo agentes autônomos com alta capacidade de fala natural podem cometer erros estratégicos, gerando resultados “esquisitos” e não rentáveis

O objetivo não era derrubar o Claude, mas destacar as limitações atuais dos sistemas de IA: ainda que capazes de operar com autonomia, carecem de intuição, agenda alinhada a objetivos no longo prazo e percepção de fallibilidades — elementos cruciais em decisões de negócios .

Esse experimento serve como alerta para empresas que desejam empregar agentes autônomos em funções críticas: é necessária supervisão humana cuidadosa e um design estratégico robusto. Claude se mostrou competente em linguagem, mas ineficaz na gestão autônoma de ativos — reforçando a ideia de que agentes ainda são co-pilotos, não substitutos .

8.Midjourney Lança Geração de Vídeos com IA

A Midjourney lançou seu primeiro modelo de geração de vídeo por IA, o V1, capaz de transformar imagens estáticas em quatro clipes de cinco segundos. Disponível via Discord por US$ 10/mês, o V1 desafia soluções como Sora (OpenAI), Gen 4 (Runway) e Veo 3 (Google), e já está ampliando seu roadmap para incluir simulações em tempo real e modelos 3D.

O lançamento representa um marco para a popular startup de geração de imagens, que agora avança com foco em criatividade audiovisual para usuários e criadores. A proposta é democratizar vídeo com IA, oferecendo alta qualidade por baixo custo, além de simplificar workflows criativos com interface familiar.

Analistas avaliam que Midjourney fortalece o setor competitivo de IA visual com um produto amigável ao usuário. Embora ainda restrito ao Discord, o V1 abre espaço para adoção por profissionais de conteúdo e enriquece o ecossistema com soluções que equilibram custo, qualidade e acessibilidade .

9.OpenAI contrata equipe de startup de recomendações

OpenAI integrou toda a equipe da startup Crossing Minds, especializada em sistemas de recomendação para e‑commerce. A empresa, que recebeu cerca de US$ 13,5 milhões em investimentos de fundos como Index Ventures e Shopify, empregava análise de comportamento de usuários para melhorar sugestões em plataformas de compras, sem violar privacidade.

Os fundadores destacaram que essa mudança permitirá levar a experiência personalizada da startup para uma missão maior: garantir que a inteligência artificial geral beneficie toda a humanidade. Alexandre Robicquet, cofundador, atualizou seu perfil no LinkedIn para refletir seu novo papel em “Pesquisa, Pós‑treinamento e Agentes na OpenAI”.

A contratação reforça o interesse da OpenAI em aprimorar suas capacidades de recomendação e personalização em produtos e serviços, aproveitando ao máximo equipes especializadas em IA aplicada e retenção de usuários.

10.Meta oferece pacotes multimilionários a pesquisadores de IA

A Meta intensificou seus esforços para atrair pesquisadores de IA para seu novo laboratório de superinteligência, oferecendo pacotes de remuneração no valor de vários milhões de dólares. Embora circulasse um rumor sobre bônus de US$ 100 milhões, executivos da empresa esclareceram que apenas cargos de liderança sênior podem receber compensações desse nível, e que, na prática, trata-se de vesting de ações vinculadas a metas e tempo de permanência — não pagamento imediato.

Esse movimento ocorre no contexto de uma intensa guerra por talento entre gigantes de tecnologia, com a Meta buscando repetir o sucesso de captação da OpenAI atrair equipes inteiras. Ao mesmo tempo, reforça o papel da empresa na concorrência para formar times renomados e empurrar avanços em inteligência artificial avançada.

Especialmente relevante para o plano estratégico da Meta, esses investimentos em talento visam alavancar iniciativas internas como modelo de superinteligência e substanciar os recursos apresentados na recém-criada unidade de IA

Essas foram as principais notícias sobre tecnologia, inteligência artificial e o cenário global. Para acompanhar tudo em tempo real, acesse aibusinessjournal.com.br e fique por dentro do que realmente movimenta o mundo e a economia. Nosso resumo semanal vai ao ar toda segunda-feira, às 4h30 da manhã, no Spotify e no YouTube. E claro — assine a newsletter para receber os destaques direto no seu e-mail e estar sempre um passo à frente no mercado com notícias e análises de especialistas!

Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Comunicação e Marketing Digital pela HSM University, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.