SoundCloud muda regras e inclui áudios de usuários em treinamento de IA

SoundCloud muda termos de uso e passa a permitir que áudios enviados por usuários sejam utilizados para treinar sistemas de inteligência artificial.

SoundCloud muda termos de uso e passa a permitir uso de áudios enviados para treinar tecnologias de inteligência artificial sem consentimento explícito.

A SoundCloud alterou discretamente seus termos de uso para permitir que os conteúdos de áudio enviados por usuários sejam utilizados no treinamento de tecnologias de inteligência artificial. A mudança, revelada por especialistas em ética digital, foi implementada na atualização mais recente dos termos da plataforma, datada de 7 de fevereiro.

O novo trecho dos termos afirma que o conteúdo do usuário pode ser usado para “informar, treinar, desenvolver ou servir como entrada para tecnologias ou serviços de inteligência artificial ou inteligência de máquina”, como parte da prestação dos serviços da SoundCloud.

A exceção fica por conta de conteúdos sob contratos específicos com terceiros — como gravadoras e editoras — que tenham acordos separados com a plataforma. A SoundCloud mantém parcerias com grandes players do setor, como Universal Music e Warner Music Group.

A plataforma, que já vinha explorando recursos com IA, incluindo ferramentas de remixagem e geração de vocais com apoio de empresas parceiras, prometeu no passado adotar práticas éticas e transparentes. No entanto, essa mudança nos termos ocorre sem comunicação ampla e sem uma opção clara de opt-out nas configurações da conta.

O movimento segue uma tendência do setor: redes como X (antigo Twitter), LinkedIn e YouTube também alteraram suas políticas para permitir que dados dos usuários sejam utilizados no treinamento de IAs. Essas mudanças vêm gerando críticas por parte da comunidade de criadores, que defendem modelos de consentimento explícito (opt-in), além de reconhecimento e remuneração pela contribuição nos datasets.

Com a nova política, a SoundCloud se junta a uma lista crescente de plataformas que buscam expandir o uso de IA às custas do conteúdo de seus próprios usuários — levantando questões éticas, legais e criativas sobre os limites do consentimento digital.

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Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Comunicação e Marketing Digital pela HSM University, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.