Spotify muda política de inteligência artificial para rotular músicas, combater spam e barrar deepfakes

Spotify reforça regras de inteligência artificial com rótulos DDEX, filtro antispam e veto a clones de voz.

Plataforma de streaming adota padrão DDEX para indicar uso de IA, lança filtro antispam e reforça regras contra clones de voz

O Spotify anunciou nesta quinta-feira uma série de mudanças em sua política de inteligência artificial, com foco em transparência e segurança no ecossistema musical. As novidades incluem a adoção do padrão DDEX para rotular músicas com uso de IA, um novo filtro de spam para coibir abusos e a proibição explícita de clones de voz não autorizados.

Rotulagem de músicas feitas com IA

Com o sistema DDEX, selos, distribuidoras e parceiros poderão incluir créditos padronizados indicando o uso de IA em diferentes partes da criação musical, como vocais gerados por IA, instrumentação ou pós-produção. O objetivo é oferecer mais clareza ao público e evitar a categorização binária de músicas como “totalmente feitas por IA” ou não.

“Este padrão permitirá divulgações mais precisas e nuançadas. Não vamos forçar faixas em uma lógica de tudo ou nada”, disse Sam Duboff, chefe global de Marketing e Políticas do Spotify.

Filtro contra spam musical

O Spotify também lançará um filtro antispam para reduzir uploads fraudulentos, duplicados ou manipulados por estratégias de SEO. Esse sistema marcará e deixará de recomendar faixas consideradas enganosas. O recurso será implementado gradualmente, com ajustes contínuos conforme novos padrões de abuso surgirem.

Além disso, a plataforma trabalhará em conjunto com distribuidoras para combater profile mismatches, prática em que músicas são fraudulentamente publicadas em perfis de outros artistas.

Clones de voz e deepfakes proibidos

A empresa reforçou ainda que clones de voz não autorizados, deepfakes e outras formas de imitação vocal não são permitidas no serviço e serão removidas. Essa medida visa proteger artistas contra usos indevidos de suas vozes e identidades.

Equilíbrio entre inovação e proteção

Apesar das restrições, o Spotify destacou que apoia o uso legítimo da inteligência artificial na música, desde que de forma criativa e responsável.

“Não estamos aqui para punir artistas por usarem IA de forma autêntica. Mas precisamos proteger contra os maus atores que exploram o sistema”, afirmou Charlie Hellman, VP Global de Música do Spotify.

Contexto do mercado

O anúncio vem em meio ao crescimento acelerado da música gerada por IA. Serviços rivais como o Deezer revelaram que cerca de 18% das músicas enviadas diariamente já são totalmente criadas com IA. No Spotify, o tema ganhou atenção após o caso da banda virtual Velvet Sundown, que viralizou na plataforma sem rotulagem clara de uso de IA.

Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital e especialista em estratégia, inovação e gestão de projetos. Na Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, desenvolve soluções para fortalecimento institucional. Com passagens por ORO, Agência Open, Brasil84 e VTIC, acumula experiência em marketing digital, branding e transformação digital. Certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, aplica inteligência artificial em design, automação e comunicação. Membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, atua também em projetos sociais e educacionais.