Desilusão com Elon Musk, vandalismo a carros e guerra de incentivos estimulam donos de Tesla a trocarem de marca. Polestar e Lucid lideram ofensiva com descontos que chegam a US$ 20 mil por veículo.
Concorrentes aproveitam êxodo de consumidores da Tesla com bônus e campanhas focadas em inteligência artificial e reputação
A Tesla enfrenta um êxodo inédito de consumidores nos Estados Unidos. Mais do que questões técnicas ou preço, o motivo é reputacional: a imagem de Elon Musk e seus posicionamentos políticos têm afastado até os clientes mais fiéis. Em meio a esse cenário, concorrentes como Polestar, Lucid, Volvo e Ford reagem com bônus agressivos que chegam a US$ 20 mil, atraindo motoristas desiludidos com a marca.
O desgaste inclui casos de vandalismo contra veículos Tesla, especialmente após o apoio público de Musk a Donald Trump. O protesto global “Tesla Takedown” tem simbolizado esse sentimento, ampliado pelo receio de consumidores de se associarem à marca. A inteligência artificial, antes uma vantagem competitiva da Tesla, agora é replicada por concorrentes em soluções igualmente avançadas e menos polarizadoras.
A Polestar oferece até US$ 20.000 em incentivos para troca por seu SUV elétrico. A Lucid Motors atrai donos de Tesla com até US$ 4.000 em bônus para aquisição do Lucid Air 2025. Volvo e Ford também seguiram a tendência com ofertas específicas para quem migrar da Tesla para modelos híbridos ou elétricos.
Joseph Yoon, da Edmunds, afirma que os bônus apenas catalisam uma decisão já madura: “As pessoas já estavam inclinadas a sair. Os bônus apenas mostram o caminho.” Já Sean Tucker, da Kelley Blue Book, reforça que a depreciação dos veículos Tesla é agravada pela mudança de percepção pública — um cenário que marcas menores estão aproveitando para ganhar mercado.
A incerteza eleitoral e possíveis tarifas de importação aumentam a pressão sobre a Tesla. No entanto, a empresa ainda se beneficia da fabricação local nos EUA. A questão central, segundo analistas, é que o futuro da Tesla não será definido apenas pela tecnologia, mas pela forma como ela reconstrói sua reputação.
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