Agentes de IA: A revolução silenciosa que transforma a advocacia 

Olá, pessoal! Gustavo Rocha por aqui. Hoje, quero aprofundar um tema que está revolucionando silenciosamente os escritórios de advocacia e que, para mim, é uma das maiores viradas de chave da nossa era: os agentes de inteligência artificial. Se você ainda pensa em Inteligência Artificial como uma ferramenta que apenas responde a perguntas, prepare-se. Estamos falando de um salto quântico. Pense nos agentes de IA como seus novos estagiários digitais, só que com a capacidade de aprender em segundos o que um humano levaria anos para dominar. Eles são sistemas que você mesmo pode criar e treinar em plataformas como o Microsoft Copilot (com seus "agentes" e "notebooks") ou o ChatGPT (com os "GPTs"). Como funciona na prática? É mais simples do que parece! A grande sacada é que você não precisa ser um programador. A criação de um agente de IA se assemelha a dar instruções claras a um novo colaborador. Você define o papel dele ("Você é um assistente jurídico especialista em Direito Tributário"), estabelece as diretrizes de comunicação ("Responda de forma clara e objetiva, evitando jargões") e, o mais importante, alimenta sua base de conhecimento. Essa base pode ser composta por arquivos do seu escritório, petições-modelo, artigos, a legislação mais recente, a jurisprudência que você mais utiliza e até mesmo o site do seu escritório. Imagine ter um agente treinado exclusivamente com as decisões do STJ sobre um tema específico. Ou um agente que conhece cada detalhe dos contratos do seu principal cliente. O poder disso é …

Olá, pessoal! Gustavo Rocha por aqui. Hoje, quero aprofundar um tema que está revolucionando silenciosamente os escritórios de advocacia e que, para mim, é uma das maiores viradas de chave da nossa era: os agentes de inteligência artificial.

Se você ainda pensa em Inteligência Artificial como uma ferramenta que apenas responde a perguntas, prepare-se. Estamos falando de um salto quântico. Pense nos agentes de IA como seus novos estagiários digitais, só que com a capacidade de aprender em segundos o que um humano levaria anos para dominar. Eles são sistemas que você mesmo pode criar e treinar em plataformas como o Microsoft Copilot (com seus “agentes” e “notebooks”) ou o ChatGPT (com os “GPTs”).

Como funciona na prática? É mais simples do que parece!

A grande sacada é que você não precisa ser um programador. A criação de um agente de IA se assemelha a dar instruções claras a um novo colaborador. Você define o papel dele (“Você é um assistente jurídico especialista em Direito Tributário”), estabelece as diretrizes de comunicação (“Responda de forma clara e objetiva, evitando jargões”) e, o mais importante, alimenta sua base de conhecimento. Essa base pode ser composta por arquivos do seu escritório, petições-modelo, artigos, a legislação mais recente, a jurisprudência que você mais utiliza e até mesmo o site do seu escritório.

Imagine ter um agente treinado exclusivamente com as decisões do STJ sobre um tema específico. Ou um agente que conhece cada detalhe dos contratos do seu principal cliente. O poder disso é imenso. É como ter um especialista de plantão, 24/7, que nunca se cansa e responde com base no seu conhecimento curado.

Aplicações que já estão mudando o jogo no dia a dia jurídico

Vamos sair da teoria e ir para a prática, que é o que realmente importa. Como esses agentes podem, de fato, otimizar sua rotina?

  1. Análise e Resumo de Processos: Pegue aquele processo de 500 páginas que acabou de chegar. Em vez de horas de leitura, você pode “subir” o documento para um agente (como o NotebookLM do Google, que é fantástico para isso) e pedir um resumo dos pontos principais, uma linha do tempo dos acontecimentos ou a identificação de todas as provas produzidas pela parte contrária. O ganho de tempo aqui não é de minutos, é de dias.
  2. Redação e Revisão de Peças: Cansado de começar uma petição do zero? Um agente bem treinado pode gerar uma primeira versão de uma contestação, um recurso ou um contrato com base nos seus próprios modelos e nas informações do caso que você fornecer. Ele não vai entregar a peça pronta e assinada (lembre-se, ele é o copiloto!), mas vai acelerar 80% do trabalho braçal, deixando para você a parte estratégica e a revisão final.
  3. Comunicação com o Cliente: Sabe aquelas perguntas repetitivas que chegam pelo WhatsApp? “Doutor, qual a novidade no meu processo?”. Você pode criar um agente que, integrado ao seu sistema, consulta o andamento processual e gera uma resposta clara e em linguagem acessível para o cliente. Recentemente, criei um agente para um escritório que quebrava objeções de potenciais clientes, como “Mas seu escritório é em outra cidade…”. O resultado? Aumento na taxa de conversão e economia de tempo da equipe.
  4. Debatedor Inteligente: Essa é uma das minhas favoritas. Estou com um caso complexo e preciso de novas ideias. Eu uso a IA como um parceiro de debate. Apresento o problema e peço que ela atue como a outra parte, levantando possíveis argumentos e contra-argumentos. Essa “discussão” com a máquina muitas vezes revela novas teses e estratégias que eu não havia considerado.

O futuro é agora: 2025, o ano dos Agentes

Eu costumo dizer que 2024 foi o ano da popularização da inteligência artificial. 2025 é, sem dúvida, o ano dos agentes. E 2026 provavelmente será o dos agentes autônomos, que tomarão pequenas decisões por conta própria. A velocidade da mudança é assustadora, mas a oportunidade é ainda maior.

Minha dica de ouro é: comece, experimente, não tenha medo de errar! A inteligência artificial não se ofende. Crie um agente simples para uma tarefa pequena. Veja o resultado. Ajuste. A curva de aprendizado é rápida e os benefícios são imediatos.

A advocacia não vai acabar. Mas a forma como advogamos está sendo redefinida. O advogado que abraçar a tecnologia não como uma ameaça, mas como uma poderosa aliada, não apenas sobreviverá, mas prosperará nesta nova era. A IA é a sua copiloto, mas lembre-se sempre: o piloto, o estrategista, o pensador crítico, continua sendo você. 

Passo a Passo: Como criar seu primeiro agente de IA

Agora, vamos ao que interessa: como você pode criar seu primeiro agente hoje mesmo. Vou dar um roteiro prático que qualquer advogado pode seguir, mesmo sem conhecimento técnico.

No ChatGPT (GPTs):

Primeiro, você precisa de uma conta ChatGPT Plus, Teams ou Enterprise. Acesse a seção “Explore GPTs” e clique em “Create a GPT”. O processo é conversacional – você literalmente conversa com a IA para criar outra IA. Comece dizendo algo como: “Quero criar um assistente jurídico especializado em contratos empresariais”. A plataforma vai te guiando, perguntando sobre o tom de voz, as funcionalidades e o tipo de conhecimento que ele deve ter.

A parte mais importante é o upload da base de conhecimento. Suba seus modelos de contratos, artigos relevantes, legislação específica. O GPT pode processar até 20 arquivos, então seja estratégico na seleção. Depois, teste bastante. Faça perguntas, peça para ele redigir um contrato simples, veja se as respostas fazem sentido. Ajuste as instruções conforme necessário.

No Microsoft Copilot (Agentes):

Se você usa o pacote Office 365, o Copilot é imbatível. Acesse o Copilot Studio ou use a função “Criar agente” diretamente no Microsoft 365 Copilot. A vantagem aqui é a integração nativa com seus arquivos do SharePoint, Teams e Outlook. Seu agente pode acessar automaticamente documentos da empresa, e-mails e histórico de reuniões.

Configure as instruções do agente definindo seu papel, estilo de comunicação e limitações. Por exemplo: “Você é um assistente jurídico especializado em licitações públicas. Sempre cite a legislação aplicável e mantenha um tom formal mas acessível. Nunca dê conselhos definitivos sem ressaltar a necessidade de análise caso a caso.”

Ferramentas complementares que fazem a diferença

Além dos agentes personalizados, existem ferramentas específicas que já estão revolucionando escritórios pelo Brasil:

NotebookLM (Google): Esta ferramenta gratuita é um divisor de águas para análise documental. Diferente de outras IAs que limitam o número de fontes, o NotebookLM aceita até 300 documentos, incluindo transcrições de vídeos do YouTube. Imagine pegar todas as sustentações orais de um tema específico no STF, disponíveis no YouTube, e ter um resumo completo em minutos. Ou processar um inquérito policial inteiro e ter um mapa mental das provas e depoimentos.

Copilot no Office: Para quem vive no Word, Excel e PowerPoint, o Copilot integrado é transformador. Ele pode criar contratos completos a partir de um prompt simples, analisar planilhas de dados processuais e até preparar apresentações para clientes com base nos documentos do caso.

Cuidados éticos e práticos: O que todo advogado precisa saber

Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. O uso de IA na advocacia traz questões éticas importantes que não podemos ignorar.

Confidencialidade: Nunca, jamais, use versões gratuitas de IA para dados sensíveis de clientes. O ChatGPT gratuito, por exemplo, usa suas conversas para treinamento. Sempre opte por versões corporativas (ChatGPT Teams/Enterprise, Copilot para empresas) que garantem que seus dados não sejam utilizados para treinar o modelo.

Revisão Humana: A IA erra, e erra bastante. Ela pode inventar jurisprudência, citar leis que não existem ou fazer interpretações equivocadas. Todo output de IA deve ser rigorosamente revisado por um profissional qualificado. Lembre-se: você é o responsável final pelo trabalho entregue ao cliente.

Transparência: Considere informar aos clientes quando utilizar IA como ferramenta auxiliar. Isso demonstra transparência e pode até ser um diferencial competitivo, mostrando que você está na vanguarda da tecnologia.

Atualização Constante: As IAs são treinadas com dados até uma determinada data. Sempre verifique se a legislação ou jurisprudência citada está atualizada. Use a IA como ponto de partida, não como palavra final.

Olhando para o futuro: O que esperar dos próximos anos

A evolução não para. Os agentes autônomos estão chegando – sistemas que poderão tomar pequenas decisões por conta própria, como agendar audiências, protocolar petições simples ou até mesmo negociar acordos dentro de parâmetros pré-definidos.

A integração com sistemas processuais também está avançando. Em breve, teremos agentes que monitoram automaticamente todos os processos do escritório, alertam sobre prazos, identificam oportunidades de recursos e até sugerem estratégias com base no perfil do magistrado.

Enfim: A escolha é sua

Estamos vivendo uma revolução silenciosa. Enquanto alguns advogados ainda resistem à mudança, outros estão construindo vantagens competitivas significativas. A IA não vai substituir advogados, mas advogados que usam IA vão substituir aqueles que não usam.

Minha sugestão final é simples: comece hoje. Crie um agente simples, teste com uma tarefa pequena, veja os resultados. A curva de aprendizado é mais suave do que você imagina, e os benefícios são imediatos.

O futuro da advocacia não é sobre escolher entre humano e máquina. É sobre a parceria perfeita entre a criatividade humana e a eficiência da IA. Seja o advogado que abraça essa parceria, e você não apenas sobreviverá à transformação digital – você liderará ela.

A revolução já começou. A pergunta não é se você vai participar, mas quando. E o melhor momento para começar é agora.

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Gustavo Rocha

Consultor em gestão, tecnologia, inteligência artificial e marketing estratégicos