Google corrige falhas críticas no Android em meio a crescentes ameaças ligadas à inteligência artificial

O Google lançou uma nova atualização crítica para o Android, focada na correção de duas vulnerabilidades classificadas como zero-day. As brechas estavam sendo ativamente exploradas em ataques direcionados, incluindo uma campanha contra ativistas na Sérvia identificada com apoio da Amnesty International. O episódio reforça preocupações crescentes sobre o uso político de tecnologias e a crescente sofisticação da espionagem digital alimentada por inteligência artificial.

A falha mais grave, CVE-2024-53197, permite a elevação remota de privilégios sem qualquer interação do usuário. Já a CVE-2024-53150 afeta o kernel do Android, tornando possível o comprometimento completo do sistema operacional. Ambas foram descobertas por Benoît Sevens do Google Threat Analysis Group, em colaboração com a Anistia Internacional.

Segundo o Google, as correções foram enviadas com antecedência aos parceiros fabricantes, e os patches serão disponibilizados no Android Open Source Project (AOSP) em até 48 horas. Contudo, devido à fragmentação do ecossistema Android, pode levar semanas até que a proteção chegue a todos os dispositivos.

O caso chama atenção pelo uso político de tecnologias forenses. A investigação revelou que ferramentas da empresa israelense Cellebrite foram utilizadas para explorar as vulnerabilidades em ataques contra um estudante ativista.

Para usuários de Android, é essencial verificar se o dispositivo está atualizado. Vá até as configurações e procure por atualizações de segurança com data igual ou posterior a abril de 2025. A atualização também reforça a necessidade de vigilância constante frente ao uso crescente de ferramentas digitais em contextos de vigilância e repressão suportados por inteligência artificial.

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