Como a Brex adotou inteligência artificial com menos burocracia

Diante da explosão de ferramentas de IA, a Brex abandonou seus longos ciclos de aquisição e deu mais autonomia aos engenheiros para testar e adotar soluções rapidamente.

Brex acelera adoção de ferramentas de inteligência artificial com novo modelo de aquisição ágil e descentralizado.

A Brex, empresa de cartões corporativos, enfrentou um desafio comum a muitas corporações: como acompanhar o ritmo frenético das inovações em inteligência artificial sem travar em processos burocráticos. A resposta veio com uma mudança radical no modo de adquirir tecnologias: os ciclos de compra longos deram lugar a um modelo descentralizado, com mais experimentação e autonomia para os times.

Durante o HumanX AI Conference, em março, o CTO da Brex, James Reggio, explicou que a empresa percebeu que seu tradicional processo de procurement levava tanto tempo que, ao final, os times nem queriam mais a ferramenta solicitada. “A avaliação demorava meses, e o interesse inicial se perdia antes mesmo da aprovação”, disse.

Para reverter esse quadro, a Brex criou um novo framework legal e de segurança para validação de ferramentas de IA. O objetivo é simples: acelerar a entrada dessas soluções na mão dos colaboradores que vão usá-las no dia a dia.

Outro diferencial foi o chamado “teste de product-market fit super-humano”. A ideia é avaliar se uma ferramenta entrega tanto valor a um grupo de usuários que não pode ser ignorada. Com base nisso, a empresa decide se deve ampliar a adoção ou não.

Hoje, engenheiros da Brex têm um orçamento mensal de US$ 50 para contratar qualquer ferramenta da lista aprovada. “Delegar a decisão a quem vai usar de fato otimiza os fluxos de trabalho”, diz Reggio. Isso também ajuda a mensurar onde é preciso escalar contratos.

Mesmo assim, a empresa já cancelou ou deixou de renovar entre cinco e dez grandes contratos, mostrando que o critério de valor é rigoroso.

Para Reggio, empresas precisam aceitar a desordem como parte do processo de inovação: “O erro é tentar planejar tudo com perfeição. Em nove meses, o cenário já mudou. O importante é não ficar parado.”

Ao adotar uma postura mais fluida e descentralizada, a Brex mostra que, na era da IA, agilidade e autonomia podem ser mais eficazes que controle e burocracia. Um modelo que pode servir de referência para outras empresas tentando se adaptar ao ritmo acelerado da inovação.

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Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Comunicação e Marketing Digital pela HSM University, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.