Crises na parceria entre Meta e Scale AI levantam dúvidas sobre inteligência artificial

Meta e Scale AI enfrentam tensões após investimento bilionário, enquanto concorrentes avançam em inteligência artificial.

Executivos deixam a Meta, qualidade de dados é questionada e concorrentes ganham espaço no setor de inteligência artificial

Desde junho, quando a Meta investiu US$ 14,3 bilhões na Scale AI para reforçar sua área de inteligência artificial, o relacionamento entre as duas empresas já dá sinais de desgaste. A aliança que deveria impulsionar o Meta Superintelligence Labs (MSL) está enfrentando desafios internos e externos.

Saídas de executivos e mudanças na liderança

Um dos principais nomes trazidos da Scale AI para a Meta, Ruben Mayer, deixou a empresa após apenas dois meses. Ex-SVP de Produto e Operações de GenAI, Mayer foi responsável por coordenar equipes de dados de IA, mas teria enfrentado resistência dentro do MSL. Apesar disso, ele afirmou que sua saída foi motivada por “questões pessoais” e que esteve envolvido com o time central de pesquisa desde o início.

Concorrência de outros fornecedores

Embora a Meta tenha feito um investimento bilionário na Scale AI, o MSL também está contratando serviços de empresas concorrentes, como Mercor e Surge, consideradas por pesquisadores como fornecedoras de dados de maior qualidade. Essa prática indica que a Meta não depende exclusivamente da Scale AI para treinar seus modelos de inteligência artificial.

Desafios no modelo de dados

A Scale AI construiu sua base de negócios com mão de obra de baixo custo para rotulação simples de dados. Entretanto, a evolução dos modelos de IA exige especialistas altamente qualificados — médicos, advogados e cientistas — para fornecer dados refinados. Concorrentes como Surge e Mercor, que nasceram com esse modelo, estão avançando mais rapidamente.

Impactos no mercado e nas operações

A situação é ainda mais delicada porque, pouco depois do aporte da Meta, a Scale AI perdeu contratos com OpenAI e Google. A empresa reagiu com demissões de 200 funcionários em julho, enquanto tenta expandir suas operações em áreas como contratos governamentais — incluindo um acordo de US$ 99 milhões com o Exército dos EUA.

Ambições e tensões dentro da Meta

Apesar da chegada de Alexandr Wang, fundador da Scale AI, para liderar o MSL, relatos apontam que a cultura corporativa da Meta tem frustrado novos talentos vindos de empresas como OpenAI, DeepMind e Anthropic. Alguns já deixaram o time, e membros antigos da equipe de GenAI têm visto sua atuação reduzida.

A pressão por resultados aumentou após o lançamento considerado abaixo das expectativas do Llama 4, em abril. Para acelerar sua estratégia de IA, Mark Zuckerberg investiu em aquisições de startups como Play AI, WaveForms AI e firmou parceria com a Midjourney.

Próximos passos para o MSL

O Meta Superintelligence Labs já trabalha em seu próximo grande modelo de IA, previsto para ser lançado até o fim de 2025. No entanto, a instabilidade interna e a competição por talentos levantam dúvidas sobre a capacidade da Meta de alcançar a liderança global em inteligência artificial diante de rivais como OpenAI e Google.

Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.