Corrida por data centers de inteligência artificial expõe riscos ambientais e econômicos

Estudo revela que expansão de data centers para IA pode exigir bilhões de dólares e pressionar redes elétricas ao limite na próxima década.

A rápida expansão da inteligência artificial está provocando uma corrida global por infraestrutura, e os data centers surgem como protagonistas dessa transformação. Segundo um estudo das instituições Georgetown, Epoch AI e Rand, os centros de dados dedicados a inteligência artificia poderão consumir tanta energia quanto grandes cidades nos próximos anos.

Com base em mais de 500 projetos de data centers de inteligência artificial entre 2019 e 2025, a pesquisa mostra que a capacidade computacional desses centros mais que dobra anualmente — puxando também os custos e o consumo de energia para patamares sem precedentes.

Mesmo com ganhos em eficiência energética, o aumento da demanda supera os avanços tecnológicos. O desempenho por watt cresceu 1,34x ao ano no período, mas isso não tem sido suficiente para conter o impacto ambiental e financeiro.

Empresas como OpenAI, Google, AWS e Microsoft estão investindo centenas de bilhões de dólares em novas instalações devido a sua demanda por inteligência artificial. O Colossus, da xAI, por exemplo, pode atingir 2 milhões de chips e 9 GW de consumo — comparável à produção de nove usinas nucleares — até 2030.

Além do custo e da energia, os data centers trazem desafios como uso intensivo de água, terrenos e renúncias fiscais locais. Um estudo da Good Jobs First alerta para perdas tributárias superiores a US$ 100 milhões por ano em vários estados dos EUA.

Apesar de sinais de desaceleração, a tendência atual aponta para um futuro onde os impactos econômicos e ambientais da inteligência artificial precisarão ser balanceados com inovação sustentável e responsabilidade coletiva.

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Paulo Junio

Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital e especialista em estratégia, inovação e gestão de projetos. Na Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, desenvolve soluções para fortalecimento institucional. Com passagens por ORO, Agência Open, Brasil84 e VTIC, acumula experiência em marketing digital, branding e transformação digital. Certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, aplica inteligência artificial em design, automação e comunicação. Membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, atua também em projetos sociais e educacionais.