De acordo com a Zodiac Maritime, empresa responsável pela operação do navio, o fogo teve origem em um dos conveses onde estavam alocados os veículos elétricos. A fumaça foi detectada logo após o início da viagem, mas as condições climáticas adversas e a distância dificultaram qualquer tentativa de contenção rápida do incêndio.

Mesmo com a mobilização de embarcações especializadas, a segunda delas só chegou ao local no dia 15 de junho, mais de uma semana após o início do fogo — tempo insuficiente para evitar a perda total da embarcação.

O Morning Midas estava a caminho do México com veículos de diversas montadoras, incluindo Chery Automobile e Great Wall Motor. O valor estimado da carga, em especial por envolver veículos com baterias de íons de lítio, levanta um alerta sobre os desafios crescentes enfrentados pelo setor naval diante da eletrificação da frota automotiva global.

Segundo um relatório recente da seguradora Allianz, o transporte de baterias de lítio representa um novo risco para a navegação comercial, dado o potencial de incêndios difíceis de conter e o alto valor agregado da carga.

O naufrágio do Morning Midas simboliza um novo tipo de vulnerabilidade logística no transporte marítimo internacional: os riscos não vêm apenas das ondas ou do clima, mas também da carga que carregamos rumo ao futuro elétrico.