Entregas caem drasticamente no primeiro trimestre, com recuo global e protestos crescentes contra o envolvimento político de Musk.
Tesla enfrenta crise global com queda nas entregas e críticas à liderança de Elon Musk e Inteligência artificial pode ser uma nova alternativa.
A Tesla registrou 336.681 entregas no primeiro trimestre de 2025, seu pior resultado desde 2022. O declínio ocorre em meio à crescente impopularidade de Elon Musk, cuja liderança à frente do conselho DOGE tem gerado polêmica e impactado a imagem da marca.
O volume ficou abaixo dos 495.570 veículos entregues no quarto trimestre de 2024 e das 386.810 unidades do mesmo período do ano passado. A produção também sofreu retração, com 362.615 unidades, influenciada pela transição de linha para o novo Model Y.
Analistas, como os da FactSet, já previam resultados abaixo do esperado, estimando 408 mil entregas. O desempenho decepcionante foi agravado por protestos, queda nas vendas em mercados-chave e uma reputação em declínio.
Na Europa, a situação é especialmente preocupante. Na Alemanha, as vendas despencaram 76% em fevereiro. Na França, o recuo foi de 41% no trimestre. Tudo isso num cenário em que os veículos elétricos cresceram 28,4% na União Europeia, agora com 15,2% de participação de mercado.
A postura política de Musk, especialmente seu apoio ao partido AfD na Alemanha, é apontada como um dos fatores que prejudicam a percepção da Tesla. Na China, as vendas também caíram 11,5%, diante da força da BYD e outras montadoras locais.
A empresa enfrenta ainda entraves operacionais. O lançamento da Cybertruck e os novos incentivos ao Model Y não foram suficientes para reverter a tendência negativa. Mesmo com financiamento a juros zero na China, a recuperação ainda parece distante.
Especialistas como Dan Ives, da Wedbush, criticam abertamente Musk por sua atuação fora da Tesla. “Musk precisa focar na gestão da empresa e deixar DOGE de lado”, disse em nota.
A Tesla aposta na inovação e na promessa do serviço de robotáxis em Austin para virar o jogo. Essa nova etapa deve incorporar sistemas avançados de inteligência artificial para navegação autônoma, sendo vista como o grande teste das promessas futuristas da companhia.
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