CEO da People Inc. acusa Google de “roubar conteúdo” para IA e cobra separação de crawlers e acordos justos.
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CEO da People Inc. acusa Google de “roubar conteúdo” para IA e cobra separação de crawlers e acordos justos.
Durante sua participação no evento Fortune Brainstorm Tech, o CEO da People Inc., Neil Vogel, fez duras críticas à Google, chamando a gigante da tecnologia de “má condutora” no contexto do uso de conteúdo jornalístico para treinar sistemas de inteligência artificial.
Segundo Vogel, o mesmo crawler usado para indexar páginas no Google Search também alimenta os modelos de IA da empresa. “Eles usam o mesmo crawler tanto para nos enviar tráfego quanto para roubar nosso conteúdo”, declarou. A People Inc. opera mais de 40 marcas, incluindo People, Food & Wine, Travel + Leisure e Allrecipes.
O executivo relatou ainda que o tráfego vindo do Google, que representava 65% há três anos, caiu para menos de 30%. Apesar disso, afirmou: “Crescemos em audiência e receita. Mas não está certo usarem nosso conteúdo para competir conosco.”
A People Inc. já firmou acordo com a OpenAI, elogiada por Vogel como uma “boa condutora”. Já em relação a outras empresas, a editora utiliza ferramentas da Cloudflare para bloquear crawlers de IA que não têm contrato de uso de conteúdo.
Segundo Vogel, isso tem forçado grandes empresas de modelos de linguagem — embora não citadas nominalmente — a buscar acordos com a People Inc. “Estamos muito mais avançados do que antes de bloquear os crawlers”, afirmou.
Ao contrário de outras empresas, a Google não separa seus crawlers, o que impede os sites da People Inc. de bloquear a empresa sem perder indexação no buscador. “Eles sabem disso. E, por isso, são uma má condutora proposital”, acusou Vogel.
Janice Min, CEO da Ankler Media, apoiou Vogel, chamando Google e Meta de “cleptomaníacos de conteúdo”. Ela afirmou que também bloqueia crawlers de IA e não vê benefícios em parcerias no momento.
Matthew Prince, CEO da Cloudflare, destacou que mudanças regulatórias podem forçar melhores práticas no setor. Ele disse duvidar que a legislação atual de direitos autorais seja eficaz contra IA, já que essas ferramentas criam derivados, o que pode ser protegido por uso justo.
Prince citou o acordo recente da Anthropic com editoras de livros, que pagou US$ 1,5 bilhão para manter uma decisão judicial favorável. “Minha previsão é que, até o ano que vem, o Google estará pagando por conteúdo usado para treinar IA”, concluiu.
People Inc.: maior editora de mídia digital e impressa dos EUA, controla marcas como People, Allrecipes, Better Homes & Gardens e Travel + Leisure. A empresa está na vanguarda da luta por direitos autorais no uso de conteúdo por IA.
Google: principal empresa de busca do mundo, atualmente sob críticas por integrar conteúdo de terceiros em seus produtos de inteligência artificial sem acordos específicos com editores.
Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital e especialista em estratégia, inovação e gestão de projetos. Na Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, desenvolve soluções para fortalecimento institucional. Com passagens por ORO, Agência Open, Brasil84 e VTIC, acumula experiência em marketing digital, branding e transformação digital. Certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, aplica inteligência artificial em design, automação e comunicação. Membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, atua também em projetos sociais e educacionais.
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