Real Simple Licensing (RSL), criado por cofundador do RSS, propõe sistema escalável de licenciamento de dados para inteligência artificial.
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Real Simple Licensing (RSL), criado por cofundador do RSS, propõe sistema escalável de licenciamento de dados para inteligência artificial.
Após o acordo de US$ 1,5 bilhão firmado pela Anthropic em processo de direitos autorais, cresce a pressão sobre a indústria de inteligência artificial para resolver o uso de dados de treinamento sem licença. Hoje, existem pelo menos 40 casos em andamento, incluindo processos contra a Midjourney por imagens de personagens como Superman.
Com isso, surge uma nova proposta: o Real Simple Licensing (RSL), protocolo criado por um grupo de tecnólogos e editores, liderados por Eckart Walther — co-criador do padrão RSS. O objetivo é criar um sistema escalável de licenciamento de dados para treinar modelos de IA, com adesão já confirmada de publishers como Reddit, Quora e Yahoo.
No lado técnico, o RSL define formatos padronizados que podem ser incluídos em arquivos robots.txt
para sinalizar condições de uso de conteúdo. Isso pode incluir licenciamento personalizado ou até mesmo cláusulas do Creative Commons. Assim, empresas de IA conseguem identificar com clareza quais dados estão liberados e sob quais termos.
No lado legal, foi criado o RSL Collective, entidade que funcionará como uma “ASCAP da internet” — responsável por negociar contratos coletivos, centralizar pagamentos e distribuir royalties para editores, tal como ocorre no setor musical ou audiovisual.
Além de Reddit, Quora e Yahoo, outros publishers já estão no coletivo ou apoiando o padrão, como Medium, O’Reilly Media, Ziff Davis (Mashable, CNET), Internet Brands (WebMD), People Inc. e The Daily Beast.
Apesar da proposta, o monitoramento de uso de dados em modelos de IA é complexo. Diferente de músicas ou filmes, é difícil identificar quando um documento foi usado em treinamento de LLMs. A questão se complica ainda mais quando publishers exigem pagamento por inferência, em vez de acordos gerais.
Ainda assim, fundadores do RSL acreditam que empresas de IA podem se adaptar. “Alguns contratos já exigem relatórios de uso, então é possível”, afirmou Doug Leeds, cofundador do projeto e ex-CEO da IAC Publishing.
O sucesso do protocolo dependerá da adesão dos grandes laboratórios de IA, que até agora aproveitaram datasets abertos como o Common Crawl. Entretanto, com líderes da indústria — como Sundar Pichai, CEO do Google — reconhecendo a necessidade de um sistema padronizado, o RSL pode se tornar referência global em licenciamento de dados para inteligência artificial.
O RSL surge como uma tentativa concreta de resolver a lacuna de licenciamento na inteligência artificial, oferecendo clareza para editores e segurança jurídica para desenvolvedores. Resta saber se as big techs adotarão o padrão e se ele terá força suficiente para se consolidar como “o ASCAP da IA”.
Protocolo: Real Simple Licensing (RSL)
Criador: Eckart Walther (co-criador do RSS)
Objetivo: Escalar licenciamento de dados para treinar IA
Apoio inicial: Reddit, Quora, Yahoo, Medium, O’Reilly, Ziff Davis, WebMD, The Daily Beast
Estrutura: Protocolo técnico + RSL Collective (entidade de licenciamento coletivo)
Desafio: Monitorar uso real de dados em treinamentos e inferências de LLMs
Paulo Júnio de Lima é Administrador com MBA em Marketing Digital, especializado em planejamento estratégico, inovação e gestão de projetos. Atua na área de Comunicação e Relações Públicas da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, onde desenvolve e implementa soluções criativas para fortalecimento institucional e relacionamento com o público. Com uma trajetória sólida em marketing digital, Paulo acumulou experiências em empresas como ORO, Agência Open, Brasil84 Comunicação e VTIC, liderando equipes multidisciplinares e conduzindo projetos com foco em performance, posicionamento de marca e transformação digital. Entusiasta das novas tecnologias, tem se dedicado à aplicação prática da Inteligência Artificial em ambientes criativos e de gestão. É certificado pelo IA Lab do Estúdio Kimura, com foco em IA aplicada ao design, branding e automação de processos, ampliando seu repertório estratégico para entregar soluções mais inovadoras e eficientes. Além de sua atuação profissional, é membro ativo da Ordem DeMolay há mais de 18 anos, exercendo funções de liderança em iniciativas sociais, educacionais e filantrópicas. Suas principais competências envolvem estratégia digital, branding, IA aplicada à comunicação, marketing de impacto e gestão de projetos ágeis.
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