Novo pacote tarifário do presidente Trump atinge em cheio as gigantes de tecnologia. Apple lidera perdas em Wall Street, com ações em queda de até 8,5% e incertezas sobre futuro da produção asiática.
Apple perde US$ 250 bilhões com nova tarifa de Trump e crise pressiona big techs e setor de inteligência artificial
A Apple sofreu uma perda de US$ 250 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira, após o ex-presidente Donald Trump anunciar um novo pacote tarifário generalizado sobre produtos importados. As ações da companhia chegaram a cair 8,5%. Analistas classificaram a medida como “pior do que o pior cenário possível”, provocando pânico entre investidores e afetando também Tesla, Nvidia, Meta e Amazon — com quedas entre 6% e 7,2%.
As novas tarifas, que passam a valer em 5 de abril, impõem taxas mínimas de 10% para todos os países exportadores, podendo atingir 54% no caso da China. A Casa Branca defende a ação como uma forma de estimular a produção nacional e “libertar a economia americana”, nas palavras de Trump.
O impacto direto na Apple foi severo. Produtos como iPhones, iPads, Macs e AirPods têm sua montagem e componentes principais produzidos em regiões agora afetadas: China, Taiwan, Índia e Vietnã. A dependência da empresa em cadeias asiáticas tornou-a especialmente vulnerável.
Para a Wedbush Securities, o pacote representa um “cenário catastrófico para investidores de tecnologia”. A Apple terá de optar entre absorver os custos — comprometendo lucros bilionários — ou repassar os aumentos aos consumidores, o que pode reduzir a demanda e a competitividade global da marca.
Tim Cook, CEO da Apple, que mantém há anos uma relação diplomática com a Casa Branca, não conseguiu evitar os efeitos dessa nova política. Analistas acreditam que o limite da diplomacia corporativa foi atingido.
A crise reacende discussões sobre a vulnerabilidade das big techs às tensões geopolíticas e à dependência de cadeias de fornecimento internacional. Empresas que operam com hardware e inteligência artificial também podem ser atingidas, especialmente aquelas com produção concentrada na Ásia.
Com bilhões evaporando em minutos, o mercado de tecnologia entra em uma nova fase de instabilidade. A guerra tarifária, agora em seu ápice, pressiona tanto os gigantes do Vale do Silício quanto o futuro da inteligência artificial globalmente.
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