Decisão de Mark Zuckerberg encerra financiamento a organizações jornalísticas parceiras e ameaça dezenas de empregos. Modelo de combate à desinformação perde seu maior patrocinador institucional.
Meta encerra apoio ao jornalismo de checagem de fatos nos EUA, afetando cobertura em ano eleitoral e uso de inteligência artificial
A Meta, controladora do Facebook e Instagram, anunciou o fim de seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos, encerrando abruptamente o financiamento que mantinha desde 2016 a organizações certificadas pela International Fact-Checking Network (IFCN). A medida afeta diretamente veículos como USA Today, Reuters, AFP e PolitiFact, e levanta preocupações sobre o combate à desinformação sem o suporte de tecnologias como a inteligência artificial.
Parceiros como a AFP afirmaram ter sido pegos de surpresa pela decisão. A Lead Stories, que também colabora com o TikTok, anunciou cortes na equipe diante da perda de receita. Já a Check Your Fact, vinculada ao Daily Caller, afirmou que suas operações podem ser encerradas completamente.
Outras organizações, como a PolitiFact, prometem continuar atuando mesmo sem os recursos da Meta. Ainda assim, o impacto financeiro é evidente. A empresa de Mark Zuckerberg chegou a investir em ações específicas durante a pandemia e na luta contra fake news sobre mudanças climáticas e saúde.
Nos bastidores, há críticas sobre possíveis motivações políticas na decisão. Embora a Meta afirme que buscava evitar alegações de parcialidade, representantes dos projetos lembram que a imparcialidade era requisito essencial para manter os contratos.
A decisão da Meta representa um retrocesso estratégico em pleno ano eleitoral, quando ferramentas baseadas em inteligência artificial são mais necessárias do que nunca para mapear e conter conteúdos enganosos em escala. Com o vácuo deixado pela big tech, resta saber quem assumirá o papel de financiar o jornalismo de verificação num momento tão crítico para a democracia.
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